Missão do CRESESB
Promover o desenvolvimento das energias solar e eólica através da difusão de conhecimentos, da ampliação do diálogo entre as entidades envolvidas e do estímulo à implementação de estudos e projetos.
Histórico
O Encontro para Definição das Diretrizes para o Desenvolvimento das Energias Solar e Eólica no Brasil, realizado em abril de 1994, teve a oportunidade de reunir uma quantidade representativa de entidades, de diversos setores da sociedade, para propor estratégias e diretrizes. O documento resultante desta reunião - Declaração de Belo Horizonte - é amplo, e vem sendo divulgado, debatido e detalhado no sentido de resultar em ações efetivas. A Declaração de Belo Horizonte identifica a necessidade de um Centro de Referência para as Energias Solar e Eólica no Brasil.
Estratégias do Centro de Referência
- Coletar e difundir conhecimentos e experiências através de publicações e sistemas de informação, e de apoio à capacitação e treinamento de recursos humanos.
- Identificar e apoiar os Centros de Excelência, Centros de Desenvolvimento Regionais, Laboratórios e Grupos de Trabalho especializados das energias solar e eólica, fortalecendo estas instituições e recomendando a priorização dos recursos disponíveis.
- Criar Centros de Exposição das tecnologias e biblioteca especializada em energias solar e eólica, de forma a facilitar as atividades de educação e de pesquisa.
- Apoiar a implementação de soluções tecnológicas efetivas, visando o incremento da competitividade de mercado e o desenvolvimento de modelos e ferramentas computacionais.
- Estabelecer critérios uniformes de avaliação de desempenho de sistemas e equipamentos; de custos, benefícios e oportunidades; e de execução de inventário e zoneamento indicativo dos potenciais de energia solar e eólica.
- Estabelecer acordos de cooperação com entidades nacionais e internacionais, com o objetivo de intercambiar experiências e conhecimentos, e de identificar oportunidades de desenvolvimento e aplicação das referidas tecnologias.
- Interagir com órgãos normativos e grupos especializados para o estabelecimento de recomendações técnicas.
Estrutura de Sustentação
A estrutura de recursos necessários o início das atividades e para a manutenção do Centro de Referência estão associados a:
- Recursos obtidos dentro de convênio de cooperação firmado entre o Ministério de Minas e Energia e o CEPEL (COF/SAG/MME 12/94 de 28/12/94) para instalação e início das atividades;
- Composição de grupo de empresas associadas que contribuam com um montante referente às despesas anuais previstas para o Centro. Este quadro poderá ser composto de empresas nacionais e estrangeiras, de setores governamentais, de organizações não governamentais, de empresas concessionárias e de empresas privadas;
- Busca de recursos financeiros adicionais para realização de atividades específicas, tais como: seminários, cursos, elaboração de eventos de divulgação e treinamento, estudos, etc;
- Venda de material produzido nas atividades específicas desempenhadas, tais como: manuais, relatórios, facilidades de acesso à rede de informação, etc;
- Dotações ou subvenções da União, dos Estados ou Municípios.
A contrapartida do CEPEL neste orçamento é constituída pelos seguintes tens:
- Infra-estrutura de instalações físicas, constituída de duas salas dedicadas às atividades do Centro;
- Nó de rede Internet permitindo a interligação do centro com entidades nacionais e internacionais;
- Infra-estrutura de apoio aos serviços administrativos do Centro;
- Dedicação parcial da equipe técnica constituida pelos pesquisadores do Programa de Sistemas de Geração e Armazenamento Complementar do CEPEL.
Sérgio de Salvo Brito
Por: Deraldo Marins Cortez
Coordenador Geral de Sistemas Energéticos do DNDE
A atribuição do nome do Eng. Sérgio de Salvo Brito ao Centro de Referência das Energias Solar e Eólica, instalado no CEPEL, homenageia, com muita justiça, o brilhante profissional, o colega prestativo e o cidadão íntegro, cuja morte prematura ainda hoje é lamentada por todos os que tiveram a oportunidade de com ele conviver social ou profissionalmente.
Para o Centro, a escolha deste patrono não poderia ser mais adequada.
Engenheiro, com pós-graduação em energia nuclear, Sérgio Brito abraçou com tal entusiasmo a causa das energias renováveis que logo se tornou um dos brasileiros mais conhecidos e respeitados internacionalmente neste campo.
Como Secretário de Tecnologia do MME, no Governo Sarney, depois como Coordenador Técnico dos trabalhos para o Reexame da Matriz Energética Nacional, e, finalmente, como primeiro Diretor do Departamento Nacional de Desenvolvimento Energético, do Ministério da Infra-estrutura (atual MME), Sérgio Brito dedicou muitos esforços para a adequada consideração das energias solar, eólica e da biomassa como um vetor energético importante para o desenvolvimento sócio-econômico-ambiental do País.
Com firmeza ideológica, destemor e, sobretudo, com elegância e perseverança incomuns, Sérgio Brito sempre iniciava sua pregação em favor das energias renováveis reconhecendo a importância da organização dos sistemas convencionais de energia para o desenvolvimento brasileiro, para em seguida reclamar para as fontes renováveis um tratamento à altura do seu grande potencial de participação competitiva na nossa matriz energética.
De volta da última viagem que fez a Europa, onde entre missões visitou a Diretoria de Energia da Comunidade Européia, Sérgio Brito passou a defender a tese de que as energias solar e eólica já seriam competitivas para aplicações pontuais no País, especialmente em localidades não atendidas pelos sistemas convencionais, quer por obstáculos geográficos quer por limitações de natureza econômica.
A partir dali, suas intervenções sobre o tema passaram a incorporar uma novidade que era a idéia de criação de um núcleo para centralização e difusão das informações sobre as tecnologias renováveis, para organizar a memória dos projetos pilotos desenvolvidos, seus êxitos e as causas dos fracassos eventualmente colhidos.
O prematuro desaparecimento de Sérgio Brito não sepultou o seu sonho e apenas alguns meses após, o CEPEL iniciava o Convênio com o NREL, cujo desenvolvimento sério e bem estruturado abriu novos caminhos, de efetiva viabilidade, para o uso regular das energias renováveis no Brasil.
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